(enchant:?page,(text-colour:#212529))(enchant:?page,(bg:white))(align:"==><===")[//''eu escrevo quando eu quero'' (text-style:"superscript")[- uma dramaturgia digital - ]//] <img src="https://static.wixstatic.com/media/a62cf9_8e8072b5056f43bba096d16aa067f173~mv2.png"/width="660"> (text-style:"superscript")[(text-colour:#868e96)[(b4r:"dotted","none")+(b4r-size:3.1,2.3)+(b4r-colour:#5f3dc4,white,#5f3dc4,#5f3dc4)[VN - Voz Narradora P - Poeta P2 - Poeta 2 P3 - Poeta 3 (text-colour:black)+(bg:#ffd8a8)[poema surpresa] r1 - repórter 1 C - Clarice Lispector r2 - repórter 2 H - Hilda Hilst] ]] (uma sala. uma lona branca cobre o fundo da cena e o chão. música clássica (text-colour:#5f3dc4)[toca]. (click: "toca") [ a Poeta entra. senta na poltrona, puxa o laptop - também pode ser uma máquina de escrever. começa a digitar, pega o caderno, anota, lê, anota, volta a digitar. sobre a Poeta, se inicia a projeção de uma colagem de imagens-palavras-cores: a experiência da criação. (align:"=><=")[ ela (text-style:"rumble")[escreve =|= escreve =|= escreve |==| ] ] (align:"=><=")+(text-style:"rumble")[escrevescrevescrevescrevescrevescrevee] (align:"=><=")+(text-style:"rumble")[ =|= ESCREVE =|= escreve =|= ESCREVE |==| ] [e então para. olha para o público e lê) [P / se até da arte o homem faminto devora as orelhas, os olhos os aparelhos respiratórios se até na arte, o dinheiro sedento bebe bebe bebe a energia vital dos que vivem do pensamento quando é que estamos prontos para o (text-colour:#5f3dc4)[[[ESPANTO?->2]]] ] ] ] <audio src= "https://static.wixstatic.com/mp3/a62cf9_626eabef216c402d9404d4b8f66c0839.mp3" autoplay>(enchant:?page,(text-colour:white)+(bg:black)) (align:"==><===")[ (a luz fica baixa, a Poeta senta e continua o trabalho: escreve, consulta livros, escreve. enquanto isso, ao fundo se projetam imagens das escritoras (text-colour:#845ef7)[Clarice Lispector] e (text-colour:#845ef7)[Hilda Hilst]. ouvimos a Voz Narradora)] <img src="https://static.wixstatic.com/media/a62cf9_602cf7b32dc64fffae4146c3f765b892~mv2.jpg"/width="850"> ==|======== (click: "Clarice Lispector") [VN / A escritora brasileira Clarice Lispector não gostava de dar entrevistas para a televisão. Certo dia, em 1977, aceita sentar em frente a um repórter da TV Cultura. Ela está doente. Também está cansada. Muito cansada. Em seu último livro, //A Hora da Estrela//, criou Macabéia, mulher nordestina que morre do excesso de gente e de máquina. Clarice morreria poucos meses depois. Não deu tempo de ver a obra ser adaptada a um dos filmes mais aclamados do cinema brasileiro.] =|==== (click: "Hilda Hilst") [Em 1990, a escritora Hilda Hilst levanta a saia da moral. Lança //O Caderno Rosa de Lory Lamb//, escandaloso livro sobre uma criança prostituída - metáfora da escritora no mercado literário. Reclusa por anos, Hilda dá entrevista para a TV Cultura para divulgar o livro. Ou para rir do mercado. Nesta época, mantinha por anos em sua chácara uma linha radiofônica de(text-style:"blur")[ contato com os mortos]: um deles, o (text-colour:#845ef7)[[[fantasma de sua amiga Clarice->3]]]. Hilda morreu em 2004. É uma das poetas mais aclamadas da história.] |==| (entram gravações da voz de Hilda chamando por Clarice e outros mortos em suas tentativas de contato interdimensional.) (align:"=><=")+(box:"======XXXXXXXXXXXXXXX====")[(text-style:"fade-in-out")[ Clarice...] (text-style:"fade-in-out", "mirror", "blur") [Clarice...] (text-style:"fade-in-out", "blurrier")[Clarice...]] <img src="https://conteudo.imguol.com.br/blogs/137/files/2018/07/27477078047_73578e1aed_z.jpg"/width="960"> (align:"=><=")["Hilda pedindo contato com o povo da outra dimensão. Vocês, mortos, vivem? Vocês mortos, vivem?”] VN / Nem Clarice nem Hilda viveram só da escrita. (na tela, uma imagem de TV fora do ar. no áudio, segue em looping a voz de Hilda fazendo contato interdimensional com os mortos. o volume do som vai reduzindo… até ficar em segundo plano. a Poeta para de escrever. se levanta, pega um bolo de folhas que tem a seu lado, rasga rasga rasga (align:"=><=")[em p / e / d \ a / ç \ o / s ] encara o público firmemente. (align:"<==")+(box:"===XXXXX==")[olhos olhos silêncio e, então, (text-colour:#845ef7)[pergunta])] (click: "pergunta") [ (align:"==><===")[P / o que é isso de viver da Escrita? o que é isso de morrer escrevendo? o que é que faz da escritora, uma morta e da morta, uma escritora? de que é feita a liberdade para de(text-colour:#adb5bd)[s](text-colour:#adb5bd)[ap](text-colour:#868e96)[ar](text-colour:#495057)[ec](text-colour:#343a40)[e](text-colour:#212529)[r (align:"<==")+(box:"======XXXXXXXXXXXXXXX====")[no pó das coisas]] se tu fosses o fantasma da escrita, o que me diria agora? hein? vem aqui, (text-colour:#845ef7)[(link: "vem")[(goto-url: 'https://amandasanto79.wixsite.com/meusite/single-post/m%C3%ADdias-oed')]] ] (align:"==><===")[não espera pelos vermes e pelos rádios para entrar em contato.] (entram Poetas 2 e 3 carregando latas de tinta, srpays e pinceis. uma delas começa a fazer uma intervenção na sala. escreve na lona branca. a outra declama para o público.) (text-colour:black)+(bg:#ffd8a8)[P2/ - um poema: a morte e a escrita.] (text-colour:#845ef7)[[[o espetáculo continua...|4]]]) ] <audio src="https://static.wixstatic.com/mp3/a62cf9_46f5fc9d019c4efebc389ba66fbac557.mp3" autoplay>(enchant:?page,(text-colour:white)+(bg:black))(as Poetas seguem a intervenção na lona. na projeção, se inicia uma montagem em vídeo das entrevistas de Clarice e Hilda para a TV Cultura.) <iframe width="760" height="515" src="https://www.youtube.com/embed/rbx72SpgISQ?si=g4aDKpu0mC_dsBWG" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" referrerpolicy="strict-origin-when-cross-origin" allowfullscreen></iframe> (align:"==>")+(box:"======XXXXX===")[r1 / Clarice, a partir de qual momento você efetivamente decide assumir…] C / eu nunca assumi (align:"==>")+(box:"=======XXXXX===")[r1 / a carreira de escritora?] C / eu nunca assumi… eu escrevo quando eu quero. eu sou uma amadora e faço questão. (align:"==><===")[*] (align:"==><===")[r2 / este país não gosta de seriedade, Hilda? H / não gosta, você não pode pensar em português. é bom pensar em inglês, em alemão, as pessoas aceitam. ] (align:"==><===")[*] C / tem períodos de produzir intensamente e tem períodos… hiatos em que a vida fica… intolerável. (align:"==><===")[*] (align:"==><===")[H / pensar é uma coisa horrível, os editores odeiam, te cospem na cara. ] (align:"==><===")[*] (align:"==>")+(box:"=======XXXXX===")[r1 / esses hiatos são longos ou não?] C / depende. podem ser longos e eu vegeto… nesse período [funga] por exemplo, acabei a novela, (text-colour:#845ef7)[[[tô meio oca->5]]… ](enchant:?page,(text-colour:black)+(bg:white))(entrevistas continuam. descrição do áudio (text-colour:#5f3dc4)[aqui], reprodução abaixo) (click: "aqui") [ (align:"==><===")[H / as pessoas acham //Lory Lamb// absolutamente repugnante e… e eu acho que era exatamente isso que eu quis fazer. mas só que eu considero pessoalmente a //Lory Lamb// um livro pueril, um livro meninil, é uma pornografia pra crianças. eu vou lançar no segundo semestre pra adultos. chama-se// Contos de Escárnio e Textos Grotescos//.] (align:"==><===")[*] (align:"==>")+(box:"==========XXXXX===")[r1 / o adulto é sempre solitário?] C / o adulto é triste e solitário. [silêncio] (align:"==>")+(box:"==========XXXXX===")[r1 / e a criança?] C / a criança… tem a fantasia… solta. (align:"==><===")[*] (align:"==><===")[H / a verdadeira natureza do obsceno é a vontade de converter. isso é uma… o Henry Miller já diz… ele dizia eu quero luz e castidade. porque de uma certa forma se você for consideravelmente repugnante, você faz com que o outro comece a querer a nostalgia da santidade. ] (align:"==><===")[*] (align:"==>")+(box:"==========XXXXX===")[r1 / a partir de que momento o ser humano vai se transformando em triste e solitário?] C / isso é segredo. desculpe, não vou responder. (align:"=><=")[(projeção para. a Poeta diz)] P / Clarice nunca respondeu a essa pergunta. mas Hilda talvez… talvez soubesse talvez soubesse o (text-colour:#5f3dc4)[[[segredo->segredo]]]… o segredo de Clarice do adulto em solidão. ] <audio src= "https://static.wixstatic.com/mp3/a62cf9_973d74b6c8f74a8795eeae52b00c65f9.m4a" audio controls>(enchant:?page,(text-colour:black)+(bg:white)) (align:"==><===")[''H / eu espero ficar uma excelente pornógrafa.''] (as entrevistas continuam. aciona o áudio e acompanha (text-colour:#5f3dc4)[aqui]) (click: "aqui") [ (align:"==><===")[ r2/ eles vão aceitar ou estão aceitando Hilda Hilst que escreve bandalheiras? H/ não, não estão, parece que a santa levantou a saia, eles não estão aceitando. há uma tristeza muito profunda no mundo e o riso é uma solução muito grande pra uma saúde mental geral. pra minha, foi excelente. (sorriso)] (align:"==><===")[*] C/ eu me compreendo... bem, tem um conto meu que eu não compreendo muito bem. (align:"==>")+(box:"==========XXXXX===")[r1 / que conto?] C/ //O ovo e a galinha//. (align:"==>")+(box:"==========XXXXX===")[r1 / entre seus diversos trabalhos, qual aquele que você vê com maior carinho? o favorito?] C / //O ovo e a galinha//… (um vídeo se inicia: a Voz Narradora começa a ler trecho do conto //O ovo e a galinha//, enquanto visualizamos uma imensa projeção de (text-colour:#5f3dc4)[[ovos->ovos e galinhas]] na sala.) ] <audio src="https://static.wixstatic.com/mp3/a62cf9_b13d5f16a1834e4c94546ef91b04bf02.m4a"audio controls> (um estrondo de tempestade ecoa na sala de teatro. <img src="https://static.wixstatic.com/media/a62cf9_47b42524dd174b1cb4970ff927da494a~mv2.jpg"/width=1050> as luzes piscam numa sequência de relâmpagos. a imagem de uma chuva é projetada na sala inteira. a Voz Narradora conta de 15 a 1, em ordem decrescente. enquanto isso, a Poeta traz para a frente da cena um objeto-varal que carrega um cartão para cada número.) VN / (align:"=><=")[ (text-colour:#845ef7)[[[15->poema15]]...[[14->poema14]]...[[13->13]]...[[12->poema12]]...[[11->poema11]]...[[10->poema10]]...[[9->poema9]]...[[8->poema8]]...[[7->poema7]]...[[6->poema6]]...[[5->poema5]]...[[4->poema4]]...[[3->poema3]]...[[2->poema2]]...[[1->poem1]] ] um destes é o número da sorte da Poesia. quer descobrir qual é? tenta...] (Poeta convoca o público a abrir os cartões e adivinhar.) <audio src= "https://static.wixstatic.com/mp3/a62cf9_1511a9fb0b6e4ac980b7a89981a0068f.mp3"autoplay>(text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "O vinho mana em sua boca tomada por um nome que ela não pronuncia. Esse acontecimento silencioso é como um peso sobre seus rins." Marguerite Duras] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]] (text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "ela se deita com o livro desfaz a cama come pedaços lambe o corpo do texto quebra paredes pilares monumentais da exist^ncia rasga contratos sociais da consi^ncia LÊ até sobrar somente o cheiro até restar somente a sombra saciada de um traseiro nu." Tatiana Dalloway ] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]](enchant:?page,(text-colour:black))(enchant:?page,(bg:white)) (quando alguém da plateia pegar o número 13) P / (align:"=><====")[um] (align:"=><==")[três] (align:"===><==")[treze é meu número da sorte. ímpar, como eu gosto ] (Poeta segue falando e pintando na lona.) P / (align:"===><==")[um três.] (align:"===><==")[veja, não há espaço para indecisão. os ímpares nos convocam ao desequilíbrio. ouvimos o número 3 e, então, sabemos: alguma coisa sempre vai sobrar ou faltar.] e não é pra isso que escrevemos? pra descobrir o que fazer com aquilo que resta? por isso já não conto dias. eu tenho contado espaços. por exemplo, (align:"=><====")[desde que cheguei aqui nesta sala, nesse tempo-lugar de Hilda, de Clarice, de vocês e todas nós, esse ''agora'' que também é ''nunca mais'', desde que cheguei aqui com que partes eu sobrei?] (a Poeta começa a contar nos dedos. sussurra números. ouvimos o ruído de pessoas contando números junto com ela.) P / eu ... não ... sei... eu não sei eu não sei não saber cria (align:"=><=")[e s p a ç o ] para a Invenção essa coisa... essa coisa de escrexistir deve ser mesmo Invenção dos indignados insaciados inconformados com o sol e as pedras (align:"=><==========")[por isso a morta ainda respira no] (align:"=><==================")[barulho da tinta] (align:"=><==========")[por isso a morta ainda respira no] (align:"=><===")[eco no eco no eco] (align:"=><==")[no frasco] (align:"==><=")[na festa das bactérias.] quem fica vivo é que chora e devora os próprios dedos pedindo que a vida não perca as orelhas, os ombros, o pescoço, a estatura de gente importante… eu? eu não entendo de importâncias. eu sou uma artista! uma Desespecialista no Inútil. (volta a (text-colour:#845ef7)[[reprodução de Clarice e Hilda->14B]])(text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "Isso é o que eu sei Sam está morto. Meu irmão está morto. Meu marido está morto. Meu gato está morto. Meu cachorro que morreu em 1957 continua morto. E ainda assim eu continuo achando que alguma coisa maravilhosa está para acontecer. Quem sabe amanhã." Patti Smith] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]](text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "não sou eu que gosto de nascer eles é que me botam pra nascer todo dia e sempre que eu morro me rescuscitam me encarnam me desencarnam me reencarnam me formam em menos de um segundo." Stela do Patrocínio ] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]](text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "todo corpo tem fogo célula, neurônio e sangue todo corpo tem fogo célula, neurônio e pele ou a gente pensa, ou a gente sente ou a gente sangra só não pode embrionar" Letrux] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]](text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "abram as pernas bestas inúteis empoeiradas de papel, prendam fogo, quebrem livros, rasguem museus, calem com um tiro os monólogos das vaginas. salve o fuTuro tão macho quanto qualquer outro tempo morto." Rita Roger ] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]](text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "Queria negar, rejeitar a ordem, desobedecer. Mas meu queixo se batia, triturando as rebeldias que me engasgavam." Jarid Arraes] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]] (text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "Gosto de ver as palavras plenas de sentido ou carregadas de vazio dependuradas no varal da linha. Palavras caídas, apanhadas, surgidas, inventadas na corda bamba da vida." Conceição Evaristo] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]] (text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "Você pode me inscrever na história Com as mentiras amargas que contar Você pode me arrastar no pó, Ainda assim, como pó, vou me levantar" Maya Angelou] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]](text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "Mas acredito que essa poeta que nunca escreveu uma linha e foi enterrada no cruzamento ainda está viva. Ela está viva em você e em mim, e em muitas outras mulheres que não estão aqui esta noite, porque estão lavando a louça ou colocando os filhos na cama." Virginia Woolf] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]](text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "Um peixe Um pedaço de trapo que fosse Atirado numa estrada Em que todos pisam Um pouco de brisa Uma gota de chuva Uma lágrima Um pedaço de livro Uma letra ou um número Um nada, pelo menos Desesperadamente nada." Pagu] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]] (text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "Herr God, Herr Lucifer Beware Beware. Out of the ash I rise with my red hair And I eat man like air." Sylvia Path ] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]] (text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "palavra e s q u a r t e j a d a na mesa de operações olhos mãos lunetas todos em volta do cadáver farejam um cheiro de gozo no corpo em pedaços o médico mais velho diz cá os órgãos, cá o prazer, lá o coração ainda vivo mesmo que não." Ângela Desbaredes] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]](text-colour: white)[ (enchant:?page,(bg:black)) não é esse. mas como consolação, pega aqui uma poesia: ] (align:"=><=")[ "NADA, ESTA ESPUMA Por afrontamento do desejo insisto na maldade de escrever mas não sei se a deusa sobe à superfície ou apenas me castiga com seus uivos. Da amurada deste barco quero tanto os seios da sereia." Ana Cristina César] (text-colour:#845ef7)[[[tenta de novo.->12]]] (enchant:?page,(text-colour:black)+(bg:white))(as Poetas mostram o resultado da (text-colour:#5f3dc4)[intervenção] aos espectadores. (click: "intervenção") [ <img src="https://static.wixstatic.com/media/a62cf9_c39e48be5e1e40419bfbebe8cdbda9cb~mv2.jpg"/width="960"> ] ainda sobra espaço em branco na lona. ainda sobram (text-colour:#5f3dc4)[tintas no chão]. (click: "tintas no chão") [ <img src="https://static.wixstatic.com/media/a62cf9_7e9485f406e2416a91becc2a6e4ab870~mv2.jpg"/width="960"> ] Poetas entregam pincéis para a plateia. convidam o público a entrar em cena e intervir na poesia: pintar no mural todas as portas que ainda desejam abrir.) (align:"=><=")[ ''FIM'' (text-colour:#adb5bd)[ (text-style:"subscript")[ dramaturgia e escrita digital por: amanda santo (em breve, numa performance...) clica (text-colour:#d0bfff)[[[aqui para recomeçar->1]]] ou (text-colour:#d0bfff)[(link: "aqui")[(goto-url: 'https://amandasanto79.wixsite.com/meusite/single-post/m%C3%ADdias-oed')]], se quiser escrever à Escritora.]]] (enchant:?page,(text-colour:white)+(bg:black)) (Poetas seguem a intervenção. enquanto isso, começa a projeção de uma (text-colour:#845ef7)[colagem-manifesto].) (click: "colagem-manifesto") [ <iframe width="1060" height="615" src="https://www.youtube.com/embed/LWIR5QGTfMc?si=he_dEMBxf2KdS4SC" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" referrerpolicy="strict-origin-when-cross-origin" allowfullscreen></iframe> (no fim do videoclipe, as luzes na sala se (text-colour:#845ef7)[[[acendem->15]]].) ] (enchant:?page,(text-colour:black)+(bg:white)) (align:"=><=")+(box:"X")[ <img src="https://static.wixstatic.com/media/a62cf9_a3ed7145394c474a9f07ad4343b69245~mv2.png"/width="1900"> ] (align:"=><=")+(box:"=XXX=")[... tente navegar pelo ovo ... ] (as entrevistas (text-colour:#5f3dc4)[ [[voltam->8]]] a ser projetadas.) <audio src= "https://static.wixstatic.com/mp3/a62cf9_bf161b59aba140439c0fc0d8bc5a63c0.m4a"autoplay> (enchant:?page,(text-colour:white)+(bg:black)) C / bom eu, agora eu morri. vamo ver se eu renasço de novo. por enquanto eu tô morta. (align:"==><===")[*] (align:"=><=")+(box:"=XXXX=")[r2 / Como a crítica, que costuma te colocar num pedestal ao lado de Guimarães Rosa, de Clarice Lispector, entre os grandes monstros Sagrados da Literatura Brasileira, reagiu ao teu livro //O Caderno Rosa//? H / eles estão mortos, estão famosíssimos e tal… daqui uns anos eu vou… daqui a 50 anos vai ser ótimo! eu na cova, (text-colour:#845ef7)[[[acho que vai ser lindo->psicodélico]]], eu famosa e tudo… (risos)] <audio src= "https://static.wixstatic.com/mp3/a62cf9_092d5b04e84449488505ba2c5c0b1b81.m4a" autoplay>(enchant:?page,(text-colour:black)+(bg:white)) (fundo branco, letra preta: projeção do texto passa por cima do corpo da Poeta, que está de costas para o público. Voz Narradora declama poema de Hilda. aperta aqui se quiser ler o (text-colour:#5f3dc4)[trecho]) (click: "trecho") [ "Desamparo, Abandono, desde sempre a alma em vaziez, buscava nomes, tateava cantos, vincos, acariciava dobras, quem sabe se nos frisos, nos fios, nas torçuras, no fundo das calças, nos nós, nos visíveis cotidianos, no ínfimo absurdo, nos mínimos, um dia a luz, o entender de nós todos o destino, um dia vou compreender, Ehud compreender o quê? Isso de vida e morte, esses porquês escute, senhora D, se ao invés desses tratos com o divino, desses luxos do pensamento, tu me fizesses um café, hein?" Hilda Hilst, em //A Obscena Senhora D// ] (se projeta uma colegam simbólica com café, água, rio. líquidos escorrendo… o som de líquido deságua no café coado. volume vai diminuindo até ficar em segundo plano, enquanto a Poeta 3 declama.) (bg:#ffd8a8)[P3 / um poema: e se tu me fizesses um café?] (text-colour:#5f3dc4)[[[segue o espetáculo->7]]]. <audio src= "https://static.wixstatic.com/mp3/a62cf9_00c5420a2a6349c7a75268cf4c95a85e.mp3" autoplay>(enchant:?page,(text-colour:black)+(bg:white))C/ mas eu não sou solitária, não, tenho muitos amigos. e só tô triste hoje porque tô cansada. no geral, sou alegre. (align:"==><===")[*] (align:"==><===")[H/ eu acho, assim, que o escritor deseja ser lido. não adianta nada dizerem pra mim que eu sou escritora excelente, aí eu pergunto //o senhor leu? não, senhora, nunca li.// Então eu espero que dessa vez me leiam na cápsula, no bonde, no avião, nos banheiros também (sorri). ] (align:"==><===")[*] C/ eu acho que quando não escrevo eu tô morta. é muito duro o período entre um trabalho e outro e ao mesmo tempo é necessário pra haver uma espécie de esvaziamento da cabeça, pra poder nascer alguma outra coisa. SE nascer… é tudo tão incerto… (align:"==><===")[*] (align:"==><===")[r2 / Hilda, Lory Lamb é um ato de rebeldia? H / é um ato de agressão. não é um livro, é uma banana, a Lory Lamb, que eu estou dando pros editores, pro mercado editorial. porque durante 40 anos eu trabalhei a sério, tive um excesso de seriedade e de lucidez, e… não aconteceu absolutamente nada.] (align:"==><===")[*] C / não altera em nada. não altera em nada. eu escrevo sem esperança que o que eu escreva altere qualquer coisa. não altera em nada. (align:"==>")+(box:"==========XXXXX===")[r1 / então por que continuar escrevendo, Clarice?] C / (acende fósforo, acende cigarro) e eu sei? (align:"==><===")[*] (align:"==><===")[H / eu acho que as pessoas precisam ser acordadas. é muito importante, se a pessoa tá dormindo muito tempo, você de repente faz uma ação vigorosa pra que a pessoa se levante. (a Poeta grita) P / (align:"=><=")+(box:"===XXXX===")[LEVANTE!] (as Poetas 2 e 3 param de pintar e se juntam a ela no coro) Poetas / LEVANTE! LEVANTE!(text-colour:#5f3dc4)[ [[LEVANTE!->12]]] ] <audio src= "https://static.wixstatic.com/mp3/a62cf9_f23582cc5fe0416182a02f88396a333d.m4a"autoplay>